terça-feira, 14 de junho de 2011

Ser diferente é normal!

Muito se fala sobre inclusão nas escolas brasileiras. E deve ser dito cada vez mais! O conceito de inclusão está presente na educação brasileira desde a lei de diretrizes e bases da educação nacional – LDB, de 1996. O fato é que um novo conceito, um novo momento, um fazer e estar diferente na escola não acontece da noite para o dia. Apesar de se tratar de algo extremamente importante a todos os personagens escolares e cidadãos, realmente não é rápido e fácil fazer acontecer. O tempo necessário para a preparação de um projeto norteador da estrutura mínima, da equipe, dos alunos, de seus familiares deve ser considerado pois se trata do aprontar-se minimamente para o sucesso da empreitada. Nesse artigo falarei sobre a experiência do Colégio Luiza de Marillac que tem passado pelo processo para atender alunos Surdos no ensino médio. Até o momento, o mais significativo na execução do projeto, e sentido por todos os gestores envolvidos, é a importância dos detalhes. E eles são realmente muito importantes. Um interruptor de luz que, para nós ouvintes, está em um lugar adequado pode não estar para o aluno Surdo e isso, consequentemente, pode desencadear desconforto, mal estar entre os alunos.
A barreira da comunicação não pode ser tratada como detalhe, muito ao contrário, ela é um dos pontos centrais do projeto, entretanto, fica em segundo plano quando se há boa vontade das partes envolvidas e quando os detalhes foram tratados adequadamente. Outro ponto central é a ideia de Educação Inclusiva. A partir da elaboração do projeto, todos nós, membros da comunidade educativa, passamos a nos alfabetizar para um novo mundo. O ser, o estar, o viver e o conviver passaram a ser pautados por novos hábitos, novos cuidados, novos conhecimentos. Uma mudança pra lá de radical. Um “radical humano”, que tem feito, no meu entendimento, muito bem a nós, ouvintes.
A Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, reconhecida pela Lei nº 10.436, de 24 de Abril de 2002, foi incluída na Grade Curricular de nosso colégio. Decisão que demonstra em uma primeira análise, a seriedade que encaramos o projeto. Nossos alunos, Surdos ou ouvintes, a partir do 9º Ano do Ensino Fundamental terão acesso a uma gramática própria, independente da Língua Portuguesa e a uma modalidade gestual-visual que é utilizada pela Comunidade Surda do Brasil. Além disso, funcionários e professores terão aula de LIBRAS com um professor Surdo. A estrutura conta também com intérprete da Língua Brasileira de Sinais.
A LIBRAS possibilita ao aluno Surdo, o desenvolvimento linguístico, social e intelectual, favorecendo seu acesso ao conhecimento cultural e científico, assim como sua interação social. Ao aluno ouvinte, a LIBRAS possibilita, ao menos, o conhecimento de mais uma língua em seu currículo. Acredito, entretanto, acrescentar mais, muito mais. A LIBRAS é o mecanismo poderoso para quebrar as barreiras da comunicação entre Surdos e ouvintes, fazendo com que atinjamos assim o maior objetivo de nosso projeto, a inclusão. Todos juntos, influenciando e sendo influenciado pelos conhecimentos e particularidades individuais de cada qual envolvido no processo.
A busca de uma sociedade mais justa, mais democrática, mais igualitária, passa necessariamente pelo entendimento de nossas crianças e jovens que, de fato, todos somos iguais e merecedores de respeito, de amor, de carinho, de solidariedade, de compreensão e de amizade. Como disse, há algumas linhas atrás, o estar, o viver e o conviver com o outro que é diferente de mim, me dá uma certeza: a de que somos iguais. Que temos os mesmos anseios, as mesmas dúvidas, os mesmos medos e que as mesmas coisas nos dão alegrias e as mesmas outras, tristezas.
Um projeto para uma educação inclusiva e em favor da vida é tudo isso e muito mais. Isso tudo que relatamos e mais que certamente descobriremos durante o fazer.
Para a história do Colégio Luiza de Marillac, haverá, para sempre, uma escola antes e uma escola depois do projeto de inclusão social que nos orgulha muito.
E para nós, educadores, ser, de fato, um agente de mudança da sociedade é algo que nos faz sentir plenos, realizados pessoalmente e profissionalmente.


Prof. Luis Fernando Bronzatto é Licenciado em Educação Física, Pedagogo e Diretor do Colégio Luiza de Marillac – Santana – São Paulo.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Abrigo dos Velhinhos Frederico Ozanam

Em setembro de 2010 realizamos na escola a Gincana Bíblica Solidária, que envolveu toda nossa comunidade. Uma das provas era a arrecadação de produtos de higiene pessoal, que foi entregue ao “Abrigo de Velhinhos Frederico Ozanam” pelas equipes vencedoras: 7º ano do Ensino Fundamental e 2ª série do Ensino Médio.

Foi uma manhã de dezembro inesquecível! Fomos recebidos com muita alegria pela responsável pelo abrigo que nos mostrou toda a casa, contou-nos sobre os trabalhos voluntários lá desenvolvidos, as doações recebidas e no caminhar do grupo tivemos o primeiro contato com as idosas. Os momentos foram de muita emoção e carinho, de troca de experiências e acima de tudo, de valorização da vida.
Com certeza, depois dessa visita, o nosso Natal teve um brilho especial. Ações como esta nos tornam mais completos e realizados.

Profa. Miriam Rodrigues Paulino Izique