segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Prazer em ler

Ler... talvez por fazermos parte de um mundo cheio de afazeres , repleto de atrativos e tantas tecnologias, deixamos de lado este hábito importantíssimo em nossa rotina diária, privilegiando leituras rápidas, mídias diferentes, acabamos esquecendo na estante as preciosidades que deveriam nos acompanhar no dia a dia.
 Livros são tesouros que estacionados em prateleiras ou servindo de objetos decorativos perdem o objetivo, perdem o sentido, perdem o valor e além do mais, com esta prática perdemos o mais importante, os benefícios que eles certamente nos darão se utilizados na sua essência.

Ao lermos aprendemos muito e passamos a ter acesso a tudo o que a humanidade produziu e registrou em todos os tempos e lugares. Quanto mais  livros lemos, mais palavras conhecemos e mais possibilidades temos para enfrentarmos com argumentos coerentes uma sociedade como a que vivemos, tornando-nos mais críticos e bem informados.
Com a leitura viajamos, nos envolvemos em fatos, imaginamos lugares, nos encantamos com personagens, descobrimos as maravilhas que as histórias nos proporcionam, aprendemos, nos informamos e nos atualizamos com tudo o que acontece no mundo .
Os livros devem fazer parte do universo infantil, formar leitores é uma tarefa que começa muito cedo, antes da alfabetização, as crianças, ouvindo histórias, vão povoando seu mundo imaginário, ampliando seus horizontes e aumentando sua capacidade de compreensão.
Ler é um gesto simples que deve ser incorporado na vida de toda pessoa. A melhor forma de aproximar uma criança da leitura é oferecer a ela o exemplo em casa. Pais leitores tendem a influenciar o comportamento futuro de seus filhos. Ler histórias para a criança é a melhor forma de incentivá-la à leitura, é ouvindo histórias que ela tem a primeira experiência com a linguagem literária e a partir daí passa a sentir prazer em navegar pelo mundo das palavras. Livros estimulam o desenvolvimento cognitivo, ampliam o vocabulário, a criatividade, a imaginação, a concentração e a atenção, despertam as sensibilidades e as emoções. Os pais são agentes responsáveis para iniciar seus filhos no caminho da literatura. Presentear crianças com livros e compartilhar a história aproxima a família, estreita laços de afeto e companheirismo, fortalece o relacionamento, diverte e amplia o aprendizado. As crianças se tornam leitoras no colo de seus pais, experiência esta que ficará para sempre guardada na memória afetiva de cada uma delas. Se quisermos que a leitura, as histórias e o maravilhoso mundo da imaginação se tornem parte integrante da vida, devemos ler cedo, ler frequentemente e só assim os livros serão valorizados pela vida inteira trazendo inúmeros benefícios, o mundo terá mais sentido, será mais claro e compreensível. Quem gosta de ler tem nas mãos as chaves do mundo.
 A escola tem papel importantíssimo nesta prática, brincar com palavras, ouvir histórias, mergulhar nos contos fantásticos ... as delícias do texto encontram-se na fala do professor. A escola deve oportunizar situações que motivem as crianças: o cantinho da leitura, visitas à biblioteca, a hora do conto, o momento da troca de experiências e de ideias, neles o professor despertará o desejo de ler e em grupo, estarão desenvolvendo esta ação como prática social: partilhar, ouvir, participar, compreender e interpretar. A leitura, inserida na rotina diária da criança oportunizará motivação para a escrita, pois quem lê bem consequentemente escreve bem.
Leitura é para todos, independente da idade de cada um. O estímulo está na infância, mas podemos desenvolver este hábito a qualquer momento e em qualquer lugar. Quem tem um livro ao seu lado nunca está sozinho.


Sueli Filomena Marchetti Zaparolli é Pedagoga e Coordenadora Pedagógica da Educação Infantil e Ensino Fundamental do Colégio Luiza de Marillac - Santana - São Paulo

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

O Brincar

Brincar é o principal modo de expressão na infância. Brincando a criança aprende, cria, recria e repensa os acontecimentos, despertando para si um mundo repleto de sentimentos e afetividade.
Ao brincar a criança se depara com um universo de descobertas que promove o desenvolvimento sensorial e das habilidades motoras, estimulando a cognição, a socialização e a comunicação.
               
Através do lúdico acontece a experiência prática, o faz-de-conta a transporta para um mundo imaginário e neste momento ela transforma a realidade interagindo com o meio tornando-se mais habilidosa ao lidar com o real a partir do imaginário, traduz sua vivência em gestos, palavras e ações, imagina ser o que ainda não é e transborda de alegria ao fazer imitações e perceber que é notada por tudo que cria e fantasia. Criatividade não lhe falta, é capaz de dar vida a tudo com autenticidade e simplicidade, busca nos personagens ídolos que muitas vezes se tornam modelos para a própria vida.
Brincar é um direito na infância, uma ação fundamental no processo educativo, permite o exercício contínuo do conhecer, desenvolvendo competências amplas relativas ao mundo, estimulando o desenvolvimento da aprendizagem.
Na escola, a brincadeira desperta o interesse, ensina conceitos, valores, regras e promove o aprender de forma dinâmica.
O jogo dirigido ou a brincadeira espontânea tem um valor enorme no desenvolvimento e na aprendizagem, ajudam a criança a conhecer o mundo que a cerca através das interações e das descobertas, o brincar coletivo auxilia na concentração, na percepção e no levantamento de hipóteses. Num mundo onde predominam o individualismo e a competividade um dos maiores desafios da educação consiste em ensinar a compartilhar, a viver junto e muitas vezes a escola é o único local onde ela pode realizar o seu brincar coletivo.
O papel da família é fundamental na hora do brincar, quando os pais brincam com os filhos, estabelecem vínculos fazendo com que a criança sinta-se mais acolhida e segura favorecendo as relações.
Brincar é muito importante, seja em casa, na escola, no parque ou em  qualquer outro local, enquanto a criança brinca troca experiências e ao trocar experiências cresce e se desenvolve.
Brincar com outras crianças, além de prazeroso conduz ao convívio social, aprimora as relações interpessoais, bem como a capacidade de agir com autonomia.
Brincadeira para a criança tem sentido próprio, assim deve ser repleta de divertimento e muita alegria.
Brincar por brincar, brincar sozinha ou brincar em grupo, a criança transforma o mundo ao seu redor, aprende sobre si mesma reconhecendo-se como autora da própria criação.

Sueli Filomena Marchetti Zaparolli é Pedagoga e Coordenadora Pedagógica da Educação Infantil e Ensino Fundamental do Colégio Luiza de Marillac - Santana - São Paulo