quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Histórias do Marillac

O ano era 1993. Estávamos, eu e o professor Marcos na sala dos professores, perto do final do ano. Havíamos terminado há poucos dias a segunda edição da nossa então nova Olimpíada Interna, uma das maiores entre todas as que realizamos até hoje. A festa de abertura foi enorme. As classes foram agrupadas e se apresentaram como escolas de samba o que demandou muito esforço do colégio como um todo.
Estávamos então, muito cansados e, num intervalo entre períodos de manhã e tarde, depois de um período inteiro de aulas, conversávamos sobre atividades que conhecíamos e que, além de atenderem aos objetivos específicos daquilo que eventualmente quiséssemos ensinar, fugisse às atividades rotineiras e, portanto, já bastante vivenciadas pelos alunos em nossas aulas.

Entre uma conversa e outra, ele me perguntou se eu conhecia o Beisebol. Eu respondi que conhecia um jogo recreativo que, como este, é composto por bases, mas, com algumas adaptações como, por exemplo, o golpe à bola que, neste caso, é dado com uma das mãos e, a própria bola que, ao invés de ser a tradicional do beisebol, é uma de voleibol com menor calibragem, e lhe perguntei se ele conhecia algo assim. Disse-me ele que, em seu período de faculdade, havia participado de um jogo semelhante, mas neste, o golpe à bola é dado com os pés.
Passamos a conversar sobre a possibilidade de adaptarmos os jogos que conhecíamos para a utilização no Colégio, criando um conjunto de regras que fosse conveniente à nossa realidade.
Lembramos, obviamente, que havia outros “jogos com bases” como é o caso do “base-quatro”, por exemplo, mas, nós queríamos algo que, apesar de ter como finalidade o percurso de um certo número de bases, por seus participantes, fosse um pouco mais elaborado, detalhado, em termos de regras.

Assim, com o que conhecíamos dos jogos mencionados e, tomando “emprestadas” regras de outros jogos tradicionais, como a “queimada”, o “jogo de taco” o próprio Beisebol e, é claro, o chute do nosso tão conhecido futebol, fomos dando forma a um jogo que acabou sendo batizado por ele (prof. Marcos) com o nome que é a junção de parte dos nomes de alguns jogos ou esportes que lhe cederam regras, “FUTBEIQUEIMADA” (futebol, beisebol e queimada) e que, desde então, há quase duas décadas, vem sendo praticado e, mais que isso, solicitado pelos nossos alunos, geralmente de maneira entusiasmada.
No início, era utilizado apenas em nossas aulas, normalmente como atividade para aquecimento ou em determinadas situações, como prática de movimentos a serem aprendidos (caso do chute e da recepção de bola, por exemplo). Algum tempo depois, observando o nível de motivação com que era praticado por nossos alunos, resolvemos que deveria integrar o conjunto de atividades da nossa Olimpíada interna, o que passou a acontecer a partir de 1995.
Esta é uma breve história do surgimento do nosso “FUTBEIQUEIMADA”, um jogo que, além de extremamente prazeroso e de envolver a prática de movimentos e o desenvolvimento de habilidades motoras, estimula a aquisição de competências como o “planejar”, a criação e adoção de estratégias, o atuarem em grupo, o nível de atenção, entre outras.

Prof. Clovis Coltre